segunda-feira, 23 de julho de 2012

Onde está situada a sua saudade?

I miss you!
                  Tu me manques!
                                           Ricordo affetuoso! 
                                                                           Sehnsuch!  
Saudade!

Depois da leitura: A saudade, a nostalgia e o inefável, matéria na revista filosofia ciência e vida, nº72, escrita por Renato Nunes Bittencourt, fiz inferências das definições mais emblemáticas sobre saudade. O autor faz uma alusão muito interessante sobre o vocábulo e mostra a importância do cultivo desse amor dolorido necessário à humanidade e traz diversas definições de outros autores.

Ele diz que no ambiente atual há um esvaziamento das relações humanas, uma alienação existencial, uma massificação da cultura, um embrutecimento da mente pela espetacularização da realidade e uma superficialidade subjetiva, por isso reforça a ideia de refletir sobre a saudade para valorizar aspectos da nossa interioridade. Quando eu escrevia as definições, observei quem em vez de escrever saudade, escrevia a palavra saude. Quando terminei e fui reler todas as definições percebi esse ato falho. Escrevi saude, mas lia a palavra saúde querendo escrever saudade. Então, decidi aproveitar este direcionamento não programado para fazer minha definição da palavra saudade. Direi que saudade é uma saudação a uma saúde não acentuada.  

Confira abaixo todas as definições entendidas na leitura do texto.
Saudade: uma vivência ausente de desejo.
Saudade: uma realização atemporal.
Saudade: uma transgressão da realidade cotidiana.
Saudade: uma esfera inefável.
Saudade: uma singularização do ser.
Saudade: um conflito. Isto é, uma alegria triste.
Saudade: uma solidão recoberta por pensamentos.
Saudade: a presença de uma ausência.
Saudade: um atenuante da miséria humana.
Saudade: um eu te amo disfarçado.
Saudade: uma saudação a uma saúde não acentuada.
Alan Nascimento
Se eu morresse de saudade - Maria Bethânia. 

Postado por Alan Nascimento

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Liberdade é o meu destino.

Quem movimenta a esfera celeste?

Quem harmoniza o mundo?

Quem determina a sorte dos mortais?

Lendo o livro Filosofando, capítulo 25, que fala sobre a liberdade, conheci um pouco mais de mitologia grega. A mitologia é algo tão presente na atualidade. Diversas vezes utilizamos expressões responsáveis por nos direcionar a ideia de destino. Dizemos: “seu Deus quiser isso vai acontecer”. "Tenha fé, tudo ocorrerá bem”. “Isso é apenas um momento de dificuldade e de aperfeiçoamento do ser humano”. Nosso destino apesar de não ser visualizado na plenitude se comporta como uma possibilidade de premonição plena. Ler sobre a Grécia sempre ajuda-me a depurar meus escritos. Ler sobre a Grécia Antiga é um retorno de ordem reflexiva muito interessante. O trecho que destaco, hoje, é sobre o destino.

As Moiras, as deusas do destino humano. Eram três: Cloto, a que tece os fios dos destinos humanos; Láquesis, a que põe o fio no fuso e Átropos, a que corta impiedosamente o fio que mede a vida de cada mortal. Observamos mais um tripé de coerência mítica para explanar a nossa vida.


Se fizermos uma inferência nessa passagem mítica, observaremos que vidas na nossa sociedade pode seguir este padrão. Tecemos os fios dos nossos destinos e somos tecidos. Colocamos o fio no fuso da humanidade e a humanidade põe o fio no fuso da nossa existência. Cortamos o fio que mede a vida dos mortais e também temos os nossos fios cortados. Será que construímos a essência dessas três deusas do destino. Será que somos responsáveis pelo o nosso destino? Ou seria melhor atribuir a força do destino a uma esfera exterior? Lendo o capítulo do livro mencionado realizei algumas anotações e sumarizei as algumas frases.  Tive a curiosidade de definir liberdade. Na curiosidade de entender liberdade, cheguei a seguinte indagação: Qual é a verdade da liberdade?


Cheguei a seguinte composição:

Liberdade é consciência.
Liberdade é autonomia.
Liberdade é ilusão.
Liberdade é contingência.
Liberdade é necessidade.
Liberdade é existência.
Liberdade é construção.
Liberdade é mito.
Liberdade é ciência.
Liberdade é destino.
Liberdade é divino.
Liberdade é prisão.
Liberdade é domínio de si.
Liberdade é individual.
Liberdade é coletivo.
Liberdade é exercício.
Liberdade é ação.
Liberdade é decisão.
Liberdade é liberdade.
Liberdade é autoconservação.
Liberdade é conhecimento.
Liberdade é transcendência.
Liberdade é algo que ainda não sei.
Liberdade é uma verdade?
Liberdade é uma possibilidade e uma condição de crescimento.  
Concordei e discordei das deusas do destino. Mas se elas teceram meu destino já esperavam essa concordância e discordância simultânea. Pois se elas são responsáveis pelo destino, são também responsáveis pela liberdade humana.
Liberdade é um mistério.


E para finalizar, ouça o que você quer saber de verdade.

 

Postado por Alan Nascimento.